Fantástico Paços de retoma às vitórias
Segunda parte memorável com três golos de virada
Foi preciso um “Paços à Paços” para conseguir uma reviravolta espetacular num resultado que lhe era desfavorável, por 2-0, ao intervalo. Um resultado que, já aí, era extremamente injusto, diga-se em abono da verdade. Depois, bom… depois foi aquela vontade, raça e qualidade de jogo a levarem a equipa à glória do triunfo final, por 3-2.
Encarado “como uma final”, assim o havia dito Pepa no lançamento da partida e o jogo teve todos os condimentos de um emocionante desafio. Desde o apito inicial que o Paços disse ao que ia no Bonfim, conquistar os três pontos em disputa. A melhor circulação ofensiva da equipa foi pondo o adversário em alerta; aos 8 minutos Eustáquio rematou à figura de Makaridze; aos 19’, Marcelo acertou na trave após pontapé de canto; e aos 26’, foi a vez de Douglas Tanque se isolar pela esquerda, mas o remate saiu às malhas laterais da baliza. Só dava Paços… quando o Vitória chegou ao golo. Bolo perdida no meio-campo, com os sadinos a entrarem na área e Heriberto a cruzar para o cabeceamento colocado de Mathiola. Um golo completamente contra a corrente do jogo, mas que não desmoralizou a equipa pacense. Pouco depois, Jorge Silva cruzou da direita e João Amaral desviou na área, mas ao lado. Aos 34’, grande jogada individual de Adriano Castanheira, que se isola na área, mas Makaridze evitou o empate com uma grande intervenção. Na sequência do lance, Adriano quase serviu o cabeceamento de Douglas Tanque. Adivinhava-se o golo pacense, mas quem acabou por marcar novamente foi o Vitória, ao quarto minuto de compensação do primeiro tempo. Pirri cabeceou à vontade após um pontapé de canto. Uma grande injustiça o 2-0 com que se saiu para os balneários e que tornava hercúlea a tarefa pacense para o segundo tempo.
O intervalo serviu para injetar confiança e a certeza de que a qualidade e o trabalho acabaria por dar frutos. E que melhor entrada poderia a equipa ter no segundo tempo do que reduzindo o marcador para a margem mínima. Adriano Castanheira cruzou e Douglas Tanque cabeceou forte, contando ainda com um desvio num defensor do Vitória para reduzir para 2-1. Estava dado o mote para a reviravolta pacense. A garra e o brio da equipa redobraram e abafaram por completo o Vitória. Não admirou, pois, que a igualdade tenha chegado (61’), com Adriano a servir novamente para a área, onde apareceu Maracás fulgurante a cabecear para golo. Meia justiça no resultado (2-2) estava alcançada, mas a equipa não se conformou e queria mais. A qualidade de jogo e as ações individuais baralharam por completo o Vitória, pelo que o 3-2 estava à espreita. E foi o que aconteceu aos 71’, com um belo trabalho de Douglas Tanque na área a servir o pontapé colocado de Denilson para golo. Que grande e merecida felicidade este golo trouxe à equipa. Quem assim acredita e joga só tem que ser feliz e ganhar. Com o 3-2 o Paços jogou tranquilo e esteve mais duas vezes bem perto de ampliar a vantagem. Adriano Castanheira rematou cruzado (85’) com muito perigo e Denilson sobre o apito final atirou contra um adversário na área. Uma vantagem mais dilatada no marcador seria o resultado mais justo mas, para quem saiu para o intervalo a perder por 2-0, o triunfo era saboroso de todas as formas. Foi mais uma grande vitória da equipa, juntando-se assim às de Vila do Conde e de Tondela na grande retoma do Paços. A equipa chegou aos 34 pontos, recuperou o 12º lugar e tem mais quatro finais pela frente para confirmar esta espetacular ponta final de prova. Um orgulho ver a forma como a equipa se bate pela vitória, aliando raça e crença à qualidade de jogo que apresenta. Na próxima sexta-feira, novo compromisso na Mata Real, frente ao SC Braga (21h30).
Estádio: Bonfim (Setúbal)
Árbitro: João Pinheiro (Braga), auxiliado por Bruno Rodrigues e Nuno Manso.
Disciplina: Cartão Amarelo; Jorge Silva (39’); Oleg (79’).
VITÓRIA FC: Makaridze; João Meira (Leandro Vilela, 62’), Artur Jorge, Pirri e André Sousa (Alex, 84’); Semedo, Nuno Valente (Hachadi, 77’), Éber Bessa e Mathiola (Jubal, 62’); Eriberto e Carlinhos.
Não utilizados: João Valido; Mansilla e Montiel.
Treinador: Meyong
FC PAÇOS DE FERREIRA: Ricardo Ribeiro; Jorge Silva (Denilson, 55’), Marcelo, Maracás (Marco Baixinho, 69’) e Oleg Reabciuk; Pedrinho (Vasco Rocha, 88’), Eustáquio e Luiz Carlos (Uilton, 45’); João Amaral, Douglas Tanque (Diaby, 69’) e Adriano Castanheira.
Não utilizados: Marco Ribeiro, Bruno Teles, Bruno Santos e Whelton.
Treinador: Pepa
Ao intervalo: 2-0
Resultado Final: 2-3
Marcadores: 1-0 Mathiola (27’); 2-0 Pirri (45’+4); 2-1 Douglas Tanque (47’); 2-2 Maracás (61’); 2-3 Denilson (71´).
