De volta à Liga NOS… um mês depois

Receção ao FC Famalicão às 19h

O último jogo para o campeonato foi, precisamente, o último jogo que o FC Paços de Ferreira disputou na Mata Real. E já lá vai um mês. Depois da vitória brilhante frente ao FC Porto, o jogo da sétima jornada, diante do Moreirense FC, acabou por ser adiado. Seguiu-se a pausa para as seleções e, por fim, a terceira eliminatória da Taça de Portugal – que os Castores venceram por 0-4, no terreno da UD Oliveirense, com golos de Marcelo, João Pedro e Douglas Tanque (2). Agora, é com a mesma ambição de dar continuidade às vitórias que o FC Paços de Ferreira recebe o FC Famalicão, nesta sexta-feira.

Com muitas caras novas em 2020/2021, os famalicenses, à entrada para a oitava jornada, são os nonos classificados da Liga NOS, com nove pontos somados – após duas vitórias (Belenenses SAD e CS Marítimo), três empates (Rio Ave FC, SC Farense e Boavista FC) e duas derrotas (SL Benfica e SC Braga). Com 11 golos apontados, têm o quinto melhor ataque do campeonato, enquanto os 14 golos sofridos fazem com que tenham a segunda pior defesa, apenas atrás dos boavisteiros, que contabilizam 15. O último encontro foi com o CS Marítimo, em Famalicão, e terminou com um triunfo por duas bolas a uma. A equipa madeirense foi a que se adiantou no marcador (golo de Joel Tagueu aos 12 minutos), mas o FC Famalicão conseguiu virar o resultado ainda antes do intervalo, com golos de Srdan Babic (28’) e Fer Valenzuela (32’).

Antes de chegar à Capital do Móvel, o FC Famalicão teve uma deslocação até Lisboa, ao terreno do Oriental. Na terceira eliminatória da Prova Rainha, Gil Dias (51’), Marcello Trotta (68’) e Diogo Queirós (84’) fizeram os golos que garantiram a passagem dos famalicenses à fase seguinte da competição. Este foi também o primeiro jogo da temporada em que ficaram com a baliza a zeros.

Do atual plantel liderado pelo técnico João Pedro Sousa, Rúben Lameiras – que cumpre a sua segunda temporada ao serviço do emblema de Famalicão – destaca-se como o melhor marcador, somando quatro golos na Liga NOS.

FC Paços de Ferreira e FC Famalicão somam 44 jogos em todas as competições desde a época 1974/1975 – quando ambos estavam presentes no campeonato da II Divisão Zona Norte (prova na qual se defrontaram mais vezes). Na Primeira Liga, registam-se apenas oito partidas desde a temporada de 1991/1992, e das quatro realizadas no Estádio Capital do Móvel resultaram duas vitórias para os Castores, uma para os famalicenses e um empate, somando-se, ainda, quatro golos para a equipa pacense e dois para a formação de Vila Nova.
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As declarações de Pepa, na conferência de imprensa de antevisão.
O jogo da jornada
“Normalmente, temos a tendência de olhar só para os jogos onde está o Benfica, o Porto, o Sporting, um Braga – Vitória ou Vitória – Braga… E eu sou obrigado a concordar [que este pode ser considerado o jogo da jornada], porque tem tudo para ser um grande jogo. São duas equipas que têm nuances e formas de jogar diferentes, a fase de construção e criação é diferente, mas há algo que é semelhante: é um jogo em que é fácil de identificar. Podemos pôr o jogo a preto e branco e conseguimos perceber que aquela equipa é o Paços e a outra é o Famalicão. E perceber de forma muito fácil qual é a equipa é um elogio tremendo. O Famalicão é muito fácil de analisar, mas é muito difícil de anular. Mas tem tudo para ser um grande jogo, em termos táticos, de qualidade de jogo, e com intervenientes que já mostraram estar acima da média.”

“Esfriar” o grupo
“O esfriar faz parte, é o nosso papel também. Nós temos um grupo jovem, com uma média de idades baixa. Temos ali o velhote, que faz a média disparar, mas que corre e trabalha como poucos. Uma pessoa brinca com isto, mas é um exemplo para todos nós, o Luiz Carlos. Cabe-nos a nós trazer tudo e todos para a realidade e termos os pés no chão. Mas isso não é de agora. É um discurso que nós também temos de ter quando as coisas não correm bem, e não me esqueço da época passada – quando começou a entrar água para dentro do barco. Também é preciso termos o tal discurso de não tremer, de não abandonar o barco, de termos personalidade e não metermos a cabeça na areia, nos maus momentos. E agora nós estamos a poucos pontos de cima, como estamos a poucos pontos de baixo. Não é estar a ser pessimista nem estar a ser muito otimista – é ser realista. E o ser realista leva-nos a ter os pés no chão. Sentimos que estamos numa boa fase, mas, acima de tudo, o que nos deixa muito satisfeitos é a forma como temos andado a trabalhar no dia a dia. Este é um grupo de trabalho, e a prova foi dada agora, com o fato de macaco que vestimos contra a Oliveirense – além da qualidade, tivemos uma postura muito séria, e precisávamos desse tipo de jogo. Foi um barómetro, porque passamos muito tempo sem competir, e foi muito importante termos esse jogo para vermos a que nível estavamos.”

O FC Famalicão
“O Famalicão merece vários elogios e uma análise um pouco mais prolongada. Não é fácil ter uma equipa praticamente nova – falando do ano passado –, ser eliminado em casa da Taça da Liga, e ter um jogo muito feliz nos Açores. Mas essa felicidade procura-se, e depois tiveram um jogo com o Rio Ave e as coisas começaram a engrenar. E tanto assim foi que, a determinada altura, eram líderes do campeonato. Tem de haver muita qualidade para isso acontecer. É uma equipa jovem, que soube ir crescendo com esse sucesso e que perdeu muitos jogadores. Mas a verdade é que, em termos de individualidades, continuam com um plantel fortíssimo. Já recuperaram resultados, tanto em Faro como contra o Boavista em casa – e num espaço tão curto de tempo entre jornadas –, e isso é sinónimo de muita alma e entrega. E se são jogadores que acabam de chegar e já estão com isso, há que tirar o chapéu à estrutura, equipa técnica, porque estão a enraizar em quem chega este tipo de valores.”

O jogo
“Sentimo-nos muito capazes, competentes, fortes e num bom momento. Acho que tem tudo para ser um jogo agradável de se assistir e acho que as duas equipas vão dar um bonito espetáculo dentro de campo.”

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