Até sempre, Ludovino Rola!
Ludovino Rola faleceu aos 89 anos
“Um exemplo a apontar aos futuros componentes das equipas pacenses, pleno de dignidade, brio desportivo e de bom camarada”. Assim descreviam Ludovino Rola em 1967, ano em que foi homenageado pelo clube, ainda enquanto atleta. Já somava 12 anos de casa, e mais três viriam para contar.
Ludovino Rola vestiu pela primeira vez a camisola do FC Paços de Ferreira – FC Vasco da Gama àquela época – a 2 de outubro de 1955, fruto de um daqueles acasos bonitos, acontecido dias antes. Veio para acompanhar quatro colegas seus, que iam treinar pelo clube, mas foi ele quem atraiu todas as atenções, levando a delegação de dirigentes pacenses até ao FC Infesta, emblema ao qual estava ligado, para logo desbloquearem a situação. Estreou-se com um golo, garantindo o empate em Vila Meã, e abriu o livro para os muitos que se seguiram.
Apesar de ter nascido no Porto, depressa foi adotado pela massa associativa como “filho da terra”. Era apelidado de “patrão da equipa”, definido nas crónicas da época como “o jogador perfeito”, reconhecido pela sua entrega não só dentro, como fora das quatro linhas, tornando-o “elemento imprescindível” no clube. Viu o FC Vasco da Gama dar os seus primeiros passos, tornando-se no FC Paços de Ferreira que é hoje respeitado por todos. Sentiu o carinho dos adeptos, atletas, treinadores. Deixou o seu especial contributo em duas subidas e terminou a sua carreira após 15 anos, em 1970, com a orientação da equipa.
Mas a ligação ao clube jamais poderia ser quebrada. “Eu moro lá em baixo na Ribeira, à beira dos barcos. Antigamente, o Porto, o Sporting e outros jogavam aqui às 19h e o que é que eu fazia? Apanhava a camioneta. Depois, alugava um táxi daqui à reta de Alfena e a seguir lá apanhava o autocarro para o Porto”, disse ele numa das suas visitas. Com a passagem dos anos, e independentemente das circunstâncias que a vida trazia, fez sempre notar a sua presença. E continuará a fazê-lo, pois assim se perpetua quem fez história.
A eterna glória de um clube que nasceu ainda na sua adolescência; de um Paços ainda conhecido como Vasquinho. Ao Ludovino Rola, o FC Paços de Ferreira deixa o mais sincero agradecimento. À sua família e amigos, os mais sentidos votos de pesar, neste momento de profunda tristeza.
